Anjo da guarda

As crianças devem ter mesmo um anjo da guarda (algumas pelo menos).

Este fim de semana assisti, num parque infantil, uma mãe a pedir um copo de leite quente. Enquanto eu bebia o meu café, observei-a. Biberão na mão, sujo, já usado anteriormente, com o fundo amarelo de leite já estragado.

Assim que lhe trazem o leite, coloca açúcar, mexe e despeja-o para dentro do biberão. Sim. Sem o lavar, nem pelo menos passar por água, com leite estragado no fundo...

Levou o biberão à boca, para testar a temperatura, e apressou-se a ir buscar a criança. Deitou-a no relvado e passou-lhe o biberão para as mãos.

Doeu-me a alma. Nós, com tantos cuidados, eu até esterilizei os biberões até ao ano, mesmo já não sendo necessário, sentia-me mais confortável, e mesmo depois, sempre foram lavados na máquina a alta temperatura.

Sei bem que isto não é nada comparando com tanta coisa má por aí. Esta mãe até pode ser uma mãe preocupada e amorosa, provavelmente falta-lhe apoio e informação, mas custa assistir a isto.

No mesmo parque a quantidade de crianças, aparentemente, sozinhas, também me assustou. Faziam disparates, eram repreendidas pelas meninas do parque, mas ninguém aparecia para as responsabilizar ou até mesmo retirar dali.

Existem muitas crianças entregues à sorte (ou ao anjo da guarda).