Mostrar mensagens com a etiqueta Conversas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Conversas. Mostrar todas as mensagens

domingo, 22 de junho de 2014

Aprender e ensinar

Na praia, o sol esconde-se atrás de uma nuvem e escurece de repente. A Beatriz, à beira mar com o pai, vira-se muito rapidamente: Ó pai, quem apagou a luz?

Hoje, ao voltar a acontecer diz-me com um ar cheio de orgulho: Mãe, é só uma nuvem a passar à frente do sol! 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Birras

As birras da Beatriz são muitas. São feias. Muito feias. São intensas e longas... muito longas. Tiram-me do sério, acabam com a minha energia e com o meu humor. Nunca vi igual.



De vez em quando lá sai uma com piada. Mas muito de vez em quando.

Ontem, durante o percurso escola-casa, já nem sei porquê, começa a chorar. Chora, chora, chora. Já estou a estacionar quando ela se cala. Olho para trás, ela ri-se e pergunta-me:

- Mãe, porque é que eu estava a chorar?

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Os maus existem?

Todos os dias a minha mais nova me pergunta se "alguém" existe. As bruxas existem? A porquinha Peppa existe? As cobras existem? A Violetta existe? E por aí em diante. Deve ser bom sinal, começa a perceber que existe ficção e realidade, embora ainda não consiga sempre distingui-las.

Hoje a pergunta foi "Os maus existem?".
"Sim filha, existem"

Ficou chocadíssima com a resposta, disse até "não devias ter respondido isso" como quem diz não era essa a resposta que eu esperava. Depois perguntou-me onde moram os maus e também não gostou da resposta "em casas, como nós". Seguiu-se uma dezena de perguntas à volta do tema. Não consegui acalmar-lhe a angustia de os maus existirem. 

Fez-me lembrar uma conversa com a mais velha há algum tempo em que me dei conta que, para ela, os maus andavam mascarados e, portanto, bem identificados, não havendo dúvidas quanto ao carácter de quem nos cruzamos na rua.

Era bom, não era? Seríamos poupados a tanta desilusão...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sei quem foi mas não digo

Ó mãe, sabes o que os Reis Magros levaram de presente para o menino Jesus?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Que susto, pá!

Contextualizando: fim de dia, pai fora, a acabar de arrumar a cozinha, com pressa para as ir deitar.

Quando estou quase a terminar, ouço a mais a nova chamar, o som é abafado: "Mamã, anda cá. Não consigo sair".

Estava no escritório. A porta não abre. Pergunto-lhe o que se passa. "Fechei a porta à chave". Ó Céus! "Tenta rodar a chave, Beatriz", "Não consigo" , a choramingar. Noto-a a ficar nervosa e a afastar-se da porta. A irmã entra em modo histerismo, fala mais alto que eu, uma grande confusão, ninguém se ouve. Tive de acalmar a mais velha e não a deixar falar. Experimentei outras chaves. Nada. Estudei a possibilidade de sair sem ser pela porta. Impossível. Comecei a ficar sem opções. Deitar abaixo a porta (tipo à filme) fora de hipóteses, nunca teria força para isso. A miúda sempre a pedir para abrir a porta. A choramingar. O medo a crescer.

Dou um estalo mental a mim mesma. Não pode ser, calma lá. Isto resolve-se. A única solução é ser ela abrir a porta.

"Beatriz, chega aqui perto da porta. Tem calma. Vamos abrir a porta as duas. Está bem?"
"Não consigo"
"Consegues! Roda lá a chave como fizeste para fechar"
"Eu não sei. Para que lado é?"
"Faz para qualquer lado e vamos ver"
Roda a chave e nada. "Não consigo. Eu não sei" E chora.
"Tenta outra vez, tens de fazer força. Tem calma e tenta. Vais ver que dá"
Volta a tentar e ouve-se um clique. Puxo a maçaneta. Nada. Foi no sentido contrário. "Boa, filha! Tens de fazer o mesmo mas roda a chave para o outro lado. Faz força para rodar"
Ela roda e roda. E chora nos entretantos, diz que não consegue e afasta-se da porta. Chamo-a e tenho de a acalmar, via fechadura, várias vezes. "Espreita aqui, vês a mãe? Não vou sair daqui. Vamos lá tentar!"
Mais umas quantas tentativas... abriu!

Ufa! A porta abre e ela atira-se para o meu colo. Coração a miil e olhos vermelhos. Super assustada. A irmã ou se ri histérica ou faz uma cara de pesar, Ó Bia!

Foi uma lição para todos! A Inês tirou todas as chaves das portas (já poucas tinham, só as que nunca se fecham mesmo, como a do escritório em que a porta está sempre aberta). A Beatriz prometeu nunca mais brincar com chaves, Eu, depois de as pernas pararem de tremer, pensei que ainda acabamos por ter sorte. A Inês já fazia filmes de chamar bombeiros e polícia!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Vai dar ao mesmo

"Mãe, quero um totó. Gosto muito de andar de rabo de burro".

Beatriz, 3 anos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Para mais tarde recordar

Enquanto lhe preparo o lanche, ela, sentada na bancada da cozinha, puxa-me, abraça-me e diz: "mamã, gosto mesmo muito de ti!". E dá-me um beijo.

Foi simples, inesperado e uma ternura.

Ela costuma dizer "mamã adoro-te" ou "mamã, és muito linda do mundo". Hoje variou.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

O que elas me dizem

As minhas filhas são muito meiguinhas. Disso não me posso queixar. Adoram abraçar-me, estar sempre perto de mim, beijinhos, cócegas e dizem-me coisas muito bonitas.

A Inês sempre me disse (várias vezes ao dia) que gosta muito de mim, que me adora até ao infinitos, às vezes era até à China ou outro país que ela pensasse ser muito distante. Agora diz menos, mas antes de deitar é raro falhar, dá-me um beijinho, um abraço e uma destas palavras bonitas.

A mais pequena está no auge. Há muito, talvez mais de um ano, que me diz constantemente "mãe, és muito linda do mundo", aliás, ela chama-me muitas vezes só para me dizer isso. Uma destas noites, ao deitar, disse-me uma nova, totalmente da sua autoria, nunca nenhum de nós lhe disse algo parecido: "Mãe, és melhor que o coração". Derreti... Tão bom!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A bula imaginária

Há dias, tentávamos convencê-la a deixar colocar as gotas a bem e diz ela:

- Não quero. As gotinhas são feias!
- Não são nada. São amigas dos teus olhos. É para teu bem.
- São feias, mamã. Diz aqui.
- Ai diz? Onde?
- Aqui, nas gotinhas.

Pega no frasco e "lê", pronunciando pausadamente silaba a silaba:

AS-GO-TAS-SÃO-MUI-TO-FEI-AS-NÃO-PO-DE-PÔR!


quarta-feira, 13 de março de 2013

Bom dia?

Estou ao pc. A mais nova ainda dorme. Ouço a porta do quarto a abrir, ouço uns passos no corredor, vejo-a a aparecer, a correr, de braços abertos, salta para mim e grita:

Feliz Natal!

Chorei a rir.

terça-feira, 12 de março de 2013

Conversa de malucos

Beatriz - Mãeeeee, ó cume sá!
Eu - O quê? Não percebi nada.
Beatriz - Ó cume sá! Ó cume sá!
Eu - Vai começar?
Beatriz - Não! Ó cume sá!
Inês - Vamos conversar?
Beatriz - Ó mãe!? Ó cume sá!
Eu - O quê Beatriz? Estás tola? Estás a dizer o quê?
Beatriz - Óooo cumeee sáaaaa!
Eu - Inês, percebes o que a tua irmã está a dizer?
Inês - Achas mãe? Ela não costuma falar assim.
Eu - Beatriz, onde está isso do ó cume sá que tu queres?
Beatriz - No tenemovel!
Inês - Ah!!!! O gangnam style! Também quero ver!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cabecinha pensadora

A mente de uma criança pequenina é fantástica. O imaginário deles deve ser do mais divertido. A Beatriz entende tudo à letra, é demais.

No carro, percurso escola-casa:

Eu- Então Inês, gostaste de ir de totós?
Inês - Sim. O professor disse que assim estava melhor. - O professor pediu às meninas que andassem com o cabelo apanhado. Imagino que ele note que o cabelo atrapalhe a escrever ou assim.
Eu- Então amanhã podíamos fazer uns totós diferentes.
Inês- Ó mãe, não é totó, é rabo de cavalo!
Beatriz- Rabo de cavaloooo? - Se vissem a cara dela. Eu e a Inês fartamo-nos de rir!

Por outro lado muitas vezes exige o impossível e custa fazê-la entender:

Beatriz- Mamã, o chocolate do namorado papá?
Eu- Já comemos.
Beatriz- Deixa ver.
Eu- Beatriz, tu comeste alguns, a mamã e a Nini também comeram. Não há mais.
Beatriz- Deixa ver.
Eu- Não dá para ver porque não há. Comemos todos.
Beatriz- Deixa ver.
Eu- Queres que te mostre o quê? Não há mais.
Beatriz- Anda comigo. Deixa ver.
...
Beatriz- Mãeeee? O chocolate do namorado? Deixa ver que não há.
...
Beatriz- Deixa ver!

Tive mesmo de mudar de assunto e distraí-la. Já não sabia o que lhe responder.

Tem tido "tiradas" engraçadíssimas. Preciso mesmo de ir apontando.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Achas?

Beatriz: - O Fofinho está a faxer miminhos a mim.
Eu: - Que sorte.
Beatriz: - Também faxo a ele. Ele gosta.
Eu: - Ah sim? Ele disse-te?
Beatriz: - Ele não fala. Achas? O Fofinho é gato. 

Toma lá!

Cantigas pela manhã

A cantar ao som de uma música desconhecida:

Beatriz - A mamã é muito lindaaaa!
Inês - E o papá tambéeeeem!
Beatriz - A Nini é muito lindaaa, a mamã é muito lindaaa, o papá é muito lindaaa!
Inês - E a Titi é muito barulhentaaaa!-  Sim, porque a Beatriz canta muito e canta alto!
Beatriz - A Nini também é muito lentaaa!

Foi gargalhada geral.

Mas as verdades foram ditas. A Beatriz é uma barulhenta, ora está a chorar, a gritar, a falar alto ou a cantarolar e a Inês uma lenta pela manhã, apetece fazer fast forward!

Mãe - Beatriz, está caladinha. Inês, vai lavar os dentes para ir para a escola.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Se, ao entrarmos na cozinha, ouvimos:


"Não 'tou a comer nada!"


Sabemos logo que é mentira. Lá foi ela à comida do gato.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Obrigada rica filha!

Passava na tv uma entrevista a alguém do sexo feminino na casa dos vinte e muito, trinta e pouco.  Não sei quem era porque não estava a ver nem ouvir e só olhei depois de ouvir a seguinte conversa entre elas:

Beatriz: Quem é sinhora?
Inês: Não sei. Não é uma senhora, é uma adolescente. 
Beatriz: Quem é sinhora, Nini?
Inês: Não é uma senhora, já te disse. É uma adolescente. Senhora é a mãe!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Uma questão de autoridade

O gato não queria sair de cima da minha cama. Depois de pedir algumas vezes com jeitinho, tive mesmo que pegar nele...

- Sai lá daí! Afinal quem é que manda?

E ouço uma voz fininha no quarto ao lado:

- É a Titi.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sempre pronta a passear

Tem medo que o tecto lhe caia em cima.
Não pode ouvir a porta da rua, corre de imediato: Onde vais? Poxo ir? Anda lá!
Quando regressamos a casa: Vamos para casa? Não quero. Quero paxear. Anda lá!
Ao estacionar na garagem, afunda-se na cadeira, vira a cara e finge que dorme.
Este fim de semana, depois de três dias fora de casa, veio todo o caminho (ou parte do caminho em que esteve acordada): Não quero ir pa casa do Fofinho! Onde vamos? Não quero ir pa casa do Fofinho! Pa casa do Fofinho, não, 'tá bem?

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lá auto-estima tem ela

Tenta bater-me. Levanta-me a mão.

- Queres magoar a mãe? A Beatriz é muito feia.
- A Titi é linda.
- Estavas a tentar bater à mãe, és feia.
- Olha p'a minha cara, xou linda.

Esta miúda "mata-me"

Beatriz, vai pôr os teus óculos!

Já 'tá.


269/366