Depois da consulta do dia 12 ficou certo que o parto estaria eminente, ou seja, poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento, tinha tudo para que isso acontecesse. Para ser tudo mais calmo, decidimos marcar para o dia seguinte.
Dia 13 de Maio, pelas 9h da manhã, depois de deixarmos a Nini na escolinha, lá estávamos nós. A parteira (já nossa conhecida, fez o parto da Nini) já nos esperava e começa logo a preparar-me, soro, monitorização, medicação para o efeito e começa a espera. Entretanto parteira e pai vão arrumando as malas, roupa e kit a postos para a hora h.
É dia de visita papal, ligamos a tv. As contracções começam, mas ainda indolores, só uma moínha. Liga o obstetra, a parteira põe-no a par, daqui a pouco está a caminho. Começam os temidos e dolorosos toques (nem me quero lembrar!), a dilatação vai-se fazendo mas a bebé ainda está alta, e a parteira começa a utilizar a sua habilidade a puxa-la para encaixar. Indescritível...
Às 12.00 chega o anestesista, um espanhol muito bem disposto e simpático. Cateter colocado e uma pequena dose para testar... que bom! As horas seguintes foram calmas, quase adormeci... só não o fiz porque a restante trupe se divertia entre anedotas contadas pelo obstetra, e comentários às revistas cor de rosa, que entretanto o pai foi comprar e todos liam.
Ao início da tarde o obstetra sai um pouco, o anestesista vai para uma cesariana (mas deixa um "bónus" preparado para a parteira colocar quando fosse necessário), ficamos os 3, a parteira recomeça as tentativas de acelerar o processo, é preciso a pequenita encaixar e ela não (me) poupa esforços. Acaba por me rebentar as águas numa dessas tentativas. Aí as contracções aumentam, assim como a dor. Dá-me uma injecção, coloca a algalia, manda-me virar ora de barriga para cima, ora de lado. Não me dá logo o bónus, primeiro temos que ver se ficam regulares... e ficam, regulares e dolorosas, passam uns minutos das 16h. A certa altura começo a dizer que as contracções são maiores e diferentes, mas o monitor não mostra isso, volto a avisar. A parteira verifica localmente (durante o toque) e confirma, sai para ligar ao médico, 8 cm de dilatação. Mal entra digo-lhe logo: veja agora. Volta a ligar ao médico: "Venha já!" E para mim, diz: "Mesmo com muita vontade, não faça força!" Pois... é que ao contrário da Nini, senti mesmo a tal vontade, quase incontrolável de fazer força. Abrem-se as portas, chamam-se as enfermeiras e vamos para a sala de partos, uns metros à frente. Já lá estão obstetra, anestesista, pediatra e várias enfermeiras.
O pai ao meu lado, de máquina em punho, prepara-se para o grande momento. Enquanto eles me preparam, o médico avisa que tem que ser JÁ. Recebo autorização para puxar. Ouço o médico a pedir a ventosa (que me explicou mais tarde ter usado para ser mais rápido porque a Beatriz estava com bradicardia), pede-me para puxar novamente, faz episiotomia e vai-me motivando dizendo que estava a portar-me mesmo bem e estava mesmo quase... uns 4 ou 5 puxões depois... nasce a nossa bebé, uma sensação de alivio impossível de descrever, coloca-a em cima da minha barriga enquanto lhe fazem os primeiros procedimentos, ela chora, toco-lhe e emociono-me. A enfermeira diz que já a traz e leva-a ao pediatra.
Fico ali, a ser mimada pelo obstetra, parteira e anestesista, enquanto no outro lado da sala o pediatra e as enfermeiras tratam da nossa menina. O papá babado tira fotos e tem um sorriso de orelha a orelha.
Aqueles minutos, uma meia hora demoram eternidades, até a trazerem de volta. E voltamos juntinhas com o papá o lado para o quarto! E nessa altura só queria que a Nini chegasse!