Gotas oftálmicas - os dramas e a dica

Os 7 dias que antecedem as consultas de oftalmologia da Beatriz são um stress por causa do colírio de dilatação.

Isto já acontece desde os seus 11 meses...  Nunca colaborou mas, enquanto pequenina, era relativamente fácil. Conforme cresce o grau de dificuldade aumenta. Até quer colaborar mas o instinto fala mais alto. Cerra os olhos, vira a cara, debate-se, esfrega os olhos e agora deixámos até de conseguir colocar à força, simplesmente não a conseguimos imobilizar.

Esta semana desesperei. Não conseguia de maneira nenhuma. Fiz um "quadro" com autocolantes para a entusiasmar (resultou na parte da motivação!)  mas teve pouco efeito prático.

Decidi pesquisar. Tinha de haver alguma técnica. Ela não pode ser a única criança a passar por isto,  a resistir desta maneira. E encontrei! Algures na net estava uma dica que para mim vale ouro. Foi a descoberta do ano!

O que eu tentava fazer: depois de tentar a bem (que nunca resultou e só nos fazia perder tempo), colocava-a no meu colo deitada,  tentava imobilizar um braço, o pai ou a irmã segurava o outro braço e cabeça e  eu tentava abrir um bocadinho do olho para colocar a gota. Deixei de conseguir fazer isto, a força dela já não permite, não consigo levantar a pálpebra nem um milímetro. À noite tentava com ela a dormir o que também não resultava. Acordava, esfregava os olhos, chorava e ficava super agitada para voltar a adormecer.

A técnica infalível, a salvação: a Beatriz deitada na cama, sem ser preciso agarrá-la ou tocar-lhe sequer, de olhos fechados. Coloco uma gota no canto interno de cada olho, fica uma pocinha. Com a recomendação para não abanar a cabeça, vai tentando abrir os olhos devagarinho. À medida que vai abrindo a gota vai entrando. E já está!

Um procedimento tão simples mas que resultou a 100%. Demorava mais de meia hora com isto, ficávamos esgotadas e com a sensação de que as gotas não ficavam bem colocadas. Agora em 5 minutos despachamos isto!  Um alívio! Nem imaginam. Se andar por aí alguém a passar pelo mesmo, experimente.

Recomeçar

Esta já é a segunda semana para a Beatriz, o recomeço foi logo dia 1. 

O primeiro dia não correu bem, ou melhor, o dia até correu bem, a vontade de ir/ficar é que era nula. Chorou para sair de casa, gritou desesperada ao sair do carro, entrou na escola ao colo a espernear e a gritar desesperada. Não estou a exagerar, foi horrível. Sala nova, educadora e auxiliar novas, amigos novos. Ficou em prantos. 

Claro que liguei a meio da manhã e já estava bem. Quando a fui buscar estava felicíssima. Adorou a sala e educadora, gostou dos meninos e meninas. Vinha cheia de novidades. Divertiu-se. No dia seguinte ficou super bem. Ninguém diria que era a mesma criança. Esta miúda é assim, de extremos.

Agora tem corrido bem. Há dias que pede para ficar mais um bocadinho em casa de manhã, a cadelinha não ajuda, quer brincar, custa-lhe um bocado sair e deixá-la, mas tem ficado bem na escola. Acho que a educadora a conquistou. Hoje até me disse que queria chegar cedo e que não ia ver televisão nem brincar mais com a Daisy. 

Espero que assim continue, feliz e motivada. Quando a vou buscar conta-me entusiasmada aquilo que mais gostou de fazer (ontem fez uns desenhos super giros, disse ela, e até comeu gelado de sobremesa!).

A Inês continua de férias. Ainda com fichas por fazer e com pouca vontade. Entre tv, Daisy e alguns mergulhos, sobra-lhe pouco tempo...

Aprender e ensinar

Na praia, o sol esconde-se atrás de uma nuvem e escurece de repente. A Beatriz, à beira mar com o pai, vira-se muito rapidamente: Ó pai, quem apagou a luz?

Hoje, ao voltar a acontecer diz-me com um ar cheio de orgulho: Mãe, é só uma nuvem a passar à frente do sol! 

Traição?

A Beatriz demorou a acordar da sesta e a Inês e o pai foram à frente para a piscina.

Quando lá chegamos a Inês brincava na piscina com uma menina.

A Beatriz observou, observou, observou. Ao fim de alguns minutos veio ter comigo e com um ar indignado/triste/zangado:

"Ó mãe,  a Inês arranjou outra amiga! "

Antes de virmos de férias sempre que discutiam a Inês dizia-lhe: "nas férias vou arranjar outra amiga! ". Quando viu a irmã com outra menina pensou que ela estava a castiga-la...  Até vi um beicinho.

Mais um clássico

A Beatriz deu uma tesourada no próprio cabelo.

Felizmente não foi grande o estrago. 

Pequenas preocupações

A Beatriz ontem teve uma actividade fora da escola (numa outra instituição aqui perto): foram fazer bolachas. 

Estava entusiasmada e tal, levantou-se cedo, vestiu-se sem birras e até tomou o pequeno almoço bem rápido (só o calçar não foi assim tão pacífico). Mas, a certa altura, noto-a pensativa e pergunto-lhe o que se passa. "Ó mãe, é que eu não sei fazer bolachas!". Se vissem o ar dela. Ela queria ir, estava contente mas preocupada por não saber fazer bolachas. Expliquei-lhe que não precisava saber, ia aprender e ajudar. E que até já tinha feito bolachas comigo, ia ser super fácil. Tirei-lhe um peso dos ombros. Voltou a rir e foi pedir à irmã para se despachar porque tinha de ir cedo para a escola.

Chegou a casa cheia de novidades: que ajudou, moldou bolachas e depois foram para o forno! E vieram de lá com um saco muito grande de bolachas e comeram na escola. Foi muito bom e até sabiam a canela. E foi ela e todos os amigos que ajudaram as cozinheiras!

Uma hora quanto vale?!

Uma hora sozinha rende uma hora.
Uma hora com a Beatriz rende uns 10/15 minutos.

Eu explico.

Chego a casa ao fim da tarde com a Beatriz (a Inês saía mais tarde nesse dia), era preciso fazer a minha cama de lavado. A Beatriz vai para o quarto brincar com qualquer coisa e eu aproveito para tirar a roupa suja da cama. A Beatriz chama, tem fome. Dou-lhe umas bolachas. Vou pôr os lençois sujos na lavandaria e buscar uns lavados. A Beatriz chama. Quer ver o Mickey. Lá vou ao guia tv procurar o Mickey (lá o descobri no Disney Junior) e fica a ver, não sem antes querer que eu também visse um bocadinho com ela. Coloco os lençois lavados na cama (que demora porque é capa de edredon, é muito pratico no uso mas uma seca para colocar) e a colcha dobrada ao fundo da mesma. A Beatriz chama, tem fome. Dou-lhe uma tangerina. Vou buscar as almofadas e as fronhas. A Beatriz chama, fez cocó e precisa de ajuda para se limpar. Coloco as almofadas na fronha. A Beatriz aparece, a tangerina acabou, quer outra. Finalmente coloco as almofadas na cama. Ufa! Uma hora. Uma cama, uma hora! 

Conquistas

Não sei se é cedo mas tarde também não será. Mas isso também não interessa nada.

Só sei que fiquei surpreendida e super feliz quando a Inês me chamou, aos gritos (é muito histérica a minha filha mais velha), para me mostrar o que a Beatriz tinha acabado de escrever: BIA ❤

Ela nunca mostrou qualquer interesse por letras, embora ande sempre de caneta e papel na mão, só costuma desenhar. Eu também nunca lhe tentei ensinar nada. E, assim do nada, consegue escrever o seu nome. Tão giro :)

4 anos

Depois de toda a ansiedade vivida nos dias anteriores, acordou-me com um "Mamã, não me dás os parabéns? Faço anos!".

Foi um dia muito feliz. Acordou feliz, foi para a escola cheia de entusiasmo, com os convites para dar aos amigos e com a promessa dos pais de irem ter com ela ao lanche com um bolo "com a Peppa e todos os amigos, está bem mãe?"

Adorou ter a mãe e o pai na escola. Ainda passeamos um pouco e fomos juntos buscar a mana. Estiveram amigas, brincaram juntas sem discussões e divertiram-se.

Recebeu logo de manhã um lindo postal, muito original, feito pela irmã há semanas (e que escondia cheia de orgulho). Recebeu muito mimo e lindos presentes.

À noite mais um "parabéns a você" e uma nova festa planeada para o fim de semana.

Adormeceu cansada e feliz!

- Agora vou ter sempre 4 anos? Não tenho mais 3? 
- Agora tens 4 anos até fazeres 5. 
- Yeah! Estou grande!

Ainda "ontem" estava a fazer um mês...

... e já está quase a fazer 4 anos!

Birras

As birras da Beatriz são muitas. São feias. Muito feias. São intensas e longas... muito longas. Tiram-me do sério, acabam com a minha energia e com o meu humor. Nunca vi igual.

De vez em quando lá sai uma com piada. Mas muito de vez em quando.

Ontem, durante o percurso escola-casa, já nem sei porquê, começa a chorar. Chora, chora, chora. Já estou a estacionar quando ela se cala. Olho para trás, ela ri-se e pergunta-me:

- Mãe, porque é que eu estava a chorar?

O nosso furacão

Intempestiva e até insolente mas meiga e muito doce, a Beatriz é um furacão nas nossas vidas. Passa de um estado ao extremo em segundos e de forma totalmente imprevisível. Os dias com ela nunca são monótonos ou calmos, ela exige atenção constante mas dá mimo em dobro, palavras bonitas e gestos que valem por mil palavras. É uma criança sensível, inteligente e criativa mas muito intensa e difícil de vergar.

Todos os dias a tentamos "domar", todos os dias as regras têm de ser explicadas mais do que uma vez, todos os dias ela estica a corda até não poder mais. Não há dia em que não haja braços de ferro (muitos!) entre ela e nós, pais. Não há dia sem brigas entre irmãs.

Nos dias mais calmos, aproveitamos a paz mas sabendo que dura pouco, a tempestade está sempre iminente. 

Mas não a trocávamos por nada deste mundo, é um furacão delicioso. Se ela podia ser mais calma e bem comportada? Podia, mas não era a mesma coisa!

Vai dar ao mesmo

"Mãe, quero um totó. Gosto muito de andar de rabo de burro".

Beatriz, 3 anos

E ao segundo dia...

Chorou baba e ranho para ficar.
Eu sei, é normal.
Eu sei, vai passar.
Eu sei, ela depois fica bem.
Mas custa para o caraças!

Para mais tarde recordar

Enquanto lhe preparo o lanche, ela, sentada na bancada da cozinha, puxa-me, abraça-me e diz: "mamã, gosto mesmo muito de ti!". E dá-me um beijo.

Foi simples, inesperado e uma ternura.

Ela costuma dizer "mamã adoro-te" ou "mamã, és muito linda do mundo". Hoje variou.

Um doce

A minha pequenina anda um docinho (a mais velha também mas de forma diferente, outra idade, outra fase), anda toda mel com a mãe, com o pai também, mas com a mãe é uma coisa fantástica.

És muito linda do mundo, és a pincesa mais linda, oh mamã, adoro-te, és tãoooo fofa! São algumas das coisas que ela me diz durante todo o dia.

Isto não vem de hoje, há muito que me diz estas coisas lindas e me dá abraços apertados, mas agora virou uma grande beijoqueira! Tão bom! Recebo beijos repenicados a toda a hora. Aperta-me o pescoço e espeta-me beijos e mais beijos.

Como bónus tenho a mais velha também a abraçar-me e beijar-me com mais frequência por não querer ficar atrás da irmã.

Ando uma mimada!

A festa da Beatriz

Foi muito gira!

Com poucos meninos mas muito divertida.

O tempo ajudou. Não esteve sol (só algumas abertas) mas pelo menos não choveu.

Ela adorou, estava muito feliz e só isso interessa.

O bolo

O dia foi dedicado a ela. Não quis perder muito tempo com o bolo ou com preparativos para o que quer que fosse. Ainda assim, tinha de ter um bolo de aniversário. Inspirada numa imagem que vi no pinterest há uns meses, decidi-me por este bolo. Fácil, rápido e, acho que, ficou giro! A ideia é tudo... mas estava bem saboroso ;)

3 anos

E, de repente, passaram-se três anos...

A minha, já pouco, pequenina está numa fase fantástica. É muito meiga, muito querida e tem "tiradas" fantásticas. Dá-nos muitos abraços, muitos beijos e diz-nos que somos lindos e fofos. Claro que também é birrenta e muito, muito teimosa. Mas já conseguimos conversar com ela e fazê-la entender os seus erros.

Dorme melhor, come pior. É um castigo fazer com que esta miúda coma. Por ela, sobrevivia a bolachas e chocolates.

Adora a irmã, é o seu modelo, imita-a em tudo. Mas estão sempre a disputar tudo, a nossa atenção, os brinquedos, a televisão, ... é um desgaste.

É muito vaidosa. Adora andar "jeitosa" (como ela diz), adora receber elogios.

Fala muito e muito bem. Explica-se perfeitamente, conversa muito bem, já faz muita companhia.

Diz que já é grande. Quer vestir-se sozinha (e já consegue vestir quase tudo sem ajuda).

Faz muitas asneiras! Muitas! Paredes riscadas, casas de banho inundadas, cortinas caídas, coisas dentro do lixo ou da sanita, gavetas reviradas porque andou a experimentar roupa, enfim, nem vale a pena falar nisso.

Está super animada com o seu aniversário.

É feliz e saudável.

Parabéns Titi!

❤

"A minha irmã é bonita, eu gosto muito dela, ela faz 3 anos e vamos dar-lhe uma bicicleta. A minha irmã pede sempre ao pai para brincar às escondidinhas. Também jogamos à bola no terraço. Ontem, a Beatriz acordou-me e disse: "Nini, vamos para a sala?" e eu repondi-lhe "Tenho uma ideia, em vez de irmos para a sala, vamos brincar no quarto com a cozinha de brincar". Foi bom brincarmos juntas."

Inês, 7 anos

É meu!

Fase tramada esta, hein?!
É meu, meu, meu! A toda hora. Às vezes até nos faz rir porque tudo, até o mais improvável, é dela!
Tudo com que a irmã brinca: é meu!
Tudo o que está no quarto: é meu!
Tudo o que existe nesta casa: é meu!
Tudo o que é dos outros: é meu!
Chega mesmo a dizer: é tuuuuudo meu!