quinta-feira, 28 de junho de 2012

A quantidade faz a diferença?

É mais fácil ser mãe/pai de um ou dois filhos do que de três ou quatro? Sinceramente inclino-me para responder não.

Acho que a "qualidade" dos filhos faz a diferença. Pode até ser só um, mas se for daqueles a que eu costumo chamar de "intensos", vale bem por dois ou três.

Hoje assisti a uma simples cena do dia a dia, num terraço perto do meu. As minhas filhas brincavam lá fora. Elas gritavam, davam gargalhadas, entravam e saíam do terraço para casa a correrem, discutiam e choravam por causa de algum brinquedo, enfim, coisas normais cá em casa. Num terraço perto do nosso estava uma mãe e os três filhos (crianças de aproximadamente 8, 6 e 4 anos). A mãe antes de entrar diz-lhes: "Ficam aqui sossegados e ninguém entra na cozinha antes de eu acabar de limpar e secar o chão". E eles ficaram. Quietos, a brincarem com algo cada um e a observarem de vez em quando as brincadeiras das minhas. Nenhum tentou entrar em casa porque precisa urgentemente de algo, ou de fazer xixi, ou de beber água, ou de trocar de sapatos (sim, as minhas têm uma panca qualquer que ainda não entendi e passam todo o santo dia a trocar de calçado). Nenhum chamou pela mãe. Nenhum, durante aquele tempo, seguramente uns 40 minutos, foi a correr fazer queixinhas à mãe, não se zangaram, não discutiram, não fizeram barulho. Terá sido um dia anormal? Não me parece.

Ora bem. Posso também concluir que eu não sei educar as minhas, será? Humm, espero que não. Acho que por muito que faça, a personalidade delas é esta. Por muito que eu queira, não são calmas. Não são a típica menina. São em muitas coisas, na vaidade, na pirosice, na meiguice. Mas são tão intensas, exigem tanto de nós. Não as trocava por nada deste mundo, mas baixava-lhes a rotação um bocadinho. Dou por mim a pensar, aquela mãe tem três mas deve ter o stress que eu tinha com uma.... não falo de trabalho, gastos financeiros, nem de preocupação de mãe, mas do stress, aquilo que mói no dia a dia, que leva à exaustão.


E podemos ainda acrescentar a variável ajudas externas. Se temos um filho mas nenhuma ajuda (seja de empregada, familiar, cônjuge) é muito diferente de termos mais uns quantos mas termos em quem delegar as tarefas mais chatas. 

9 comentários:

Maria João disse...

Até sorri ao ler este post. É que poderia tanto ter sido escrito por mim. Concordo linha por linha. Por vezes vejo pais com gémeos (aqui há imensos) e penso para comigo, aposto que os 2 juntos não dão metade do trabalho dos meus sem separado! E por vezes chego mesmo a dizer ao meu marido que devemos estar a fazer algo de muito errado para os nossos filhos serem como tu lhes chamas, tão intensos, tão "requisitantes" em que querem sempre algo, temos de estar à disposição deles 24/7 e sem ajudas então, a coisa não é nadinha fácil.
Um exemplo, a irmã de uma grande amiga tem 8 filhos!! Não acredito que nenhum dos filhos dela seja como os meus. Não podem ser!!!

Sónia disse...

:) não posso deixar de sorrir ao ler este post. Cá em casa é como na tua, sempre a correrem para algum lado, sempre a brincarem juntos ou o Tito refila com a Sofia para o fazer, enfim o barulho normal de uma casa com duas crianças que não sossegam o dia todo. Eu gosto deles assim irrequietos, brincalhões divertidos e acima de tudo felizes muito felizes!

Unknown disse...

O que sempre ouvi dizer é que o difícil é passar de um para dois filhos, a partir daí fica tudo mais difícil, quer sejam dois, quer sejam cinco, quer sejam oito.
Se juntarmos a isso o temperamento dos miúdos, ficamos com momentos de difícil mau ou de difícil bom...

MEDO :)

cristina disse...

Este teu post diz tanta verdade. Concordo contigo em cada linha! E acho mesmo que não tem haver com a forma que se eduque, mas sim com a personalidade de cada criança.
O que interessa é que sejam Felizes cada um à sua maneira:))

Ana Costa disse...

Como me revejo no teu post... não temos que 'diminuir' as nossas capacidades enquanto mães (excelentes) que somos! As crianças são todas diferentes! A minha, e é só um, tem uma vida e uma excitação que vale por 3 ou 4 e ainda bem! Por vezes a paciência não é tanta como gostava que fosse mas são crianças viva, que não param, que brincam e que sãao felizes!

Beijocas

sof* disse...

eu que ainda não sei o que é ser mãe de dois só posso falar pela experiência de ter uma filha bastante assertiva mas que, como qualquer criança, tem os seus momentos altos! olhando para ela tenho muita vontade de ter outro, coisa que está para breve :D, a minha experiência pessoal (tenho 2 irmãos) faz lembrar a história do terraço que contas - eramos muito obedientes - mas eu acho que isso tem mais a ver com o feitio da criança, ser ou não ser mais mexida. os pais, por mais exigentes que sejam, por vezes não têm hipótese. Às vezes basta haver uma criança mais desestabilizadora para deitar tudo por terra :D (e nesse campo eu tb tenho experiência como sabes :DDD)

batata frita mãe disse...

Concordo!.
Uns amigos meus têm 3 rapazes com idades muito seguidas e são o terror: andam sempre com braços partidos e outras pérolas. Quando estão os 3 juntos é o descalabro.
Mas depois também conheço outros amigos que têm 2 meninas e 1 menino e nota-se muito a diferença no comportamento.
Agora, também é possível que esses três miúdos que falas estivessem a dar um bom dia a essa mãe. Há sempre bons e maus dias :)
A verdade é que não vale a pena generalizar muito nisto. Nunca se sabe o que nos vai calhar na rifa.

Tica disse...

São felizes não são? Óbvio que a personalidade conta... Eu só posso falar pelo pouco que já percebi... mas a minha neste momento é a única que é entregue na creche e sorri e até me diz adeus... os outros ficam a chorar e os pais sem saberem o que fazer... a minha volta-me logo as costas :d

Anónimo disse...

ha crianças mais calmas q outras logicamente, mas o comprotamento so tem a ver com a educaçao